Este blog tem a finalidade de difundir a apicultura nacional e projectos de investigação realizados em Portugal. A APISMAIA realiza análises polínicas, físico-químicas e resíduos ao mel e outros produtos apícolas.
Junho 2013
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Jun
13

As análises polinicas ao mel são importantes para conhecermos a origem botânica do mel. Assim, poderemos definir se o mel produzido nas nossas explorações apícolas são multiflor e monoflorais. Os meís monoflorais são mais valorizados, podendo ser a sua proveniência botânica colocada no rótulo, quando o mel é comercializado a retalho, ou relacionar com um lote quando a sua comercialização é por grosso (vulgo bidons). Assim, a APISMAIA realiza análises polinicas ao mel (apismaia@sapo.pt).

publicado por apismaia às 19:01
20
Mai
13

Em breve www.apismaia.com

publicado por apismaia às 22:52
09
Abr
12

XXIV FEIRA APÍCOLA DAS RÍAS BAIXAS
Domingo 22 abril no Centro Cultural de O Porriño a partir das 10:00 horas.
PROGRAMA DE CONFERENCIAS:
10:30 Etiquetaxe do mel sen rexistro sanitario.
D. José Ángel Viñuela Rodríguez. Xefe do servizo de Seguridade Alimentaria.
11:30 Alimentación artificial para as abellas "caseira" ou comercial?
D. Miguel Maia. Servicios de apicultura e Técnico de Apimil.
12:30 Vespa velutina, un novo inimigo das abellas en Portugal.
D. Miguel Maia. Servicios de apicultura e Técnico de Apimil.
13:00 Melloramento xenético. Que abellas queremos ter?
D. Paulo Russo Almeida. Prof. Doutor de Zootecnia da Universidade de Trásos-
Montes e Alto Douro.
14:00 ALMORZO
17:00 Beetracker: Sistema antirobo, monitorización e seguemento de
colmeas.
Representante de Lepton Ingenieros.
18:00 Mesa redonda: Pódese vivir da apicultura?
Representantes do sector envasador, produtor, asociacións e empresas de material apícola.
19:30 Asemblea da Asociación de Apicultores da Provincia de Pontevedra.
20:30 Acto de Clausura.

publicado por apismaia às 21:51
18
Fev
12

Desde há alguns tempos temos vindo a assistir à invasão de espécies exóticas em Portugal. Algumas destas espécies são oriundas de territórios bastante longíquos, como é o caso de países de Oceânia. É o caso do eucalipto, embora esta espécie tenha sido introduzida com o conhecimento das entidades oficiais para fins comerciais - a pasta de papel. No nosso território domina a espécie Eucalyptus globulus e em algumas áreas o Eucalyptus camaldulensis. Curiosamente, outras subespécies de eucalipto surgem no nosso país, mas a sua expressão é mínima e sem nenhum significado (http://aguiar.hvr.utad.pt/pt/herbario/cons_reg_ncom.asp?ncomum=eucalipto&Submit3=Pesquisar). 

Outras espécies, nomeadamente a Acacia longifolia (Andrews) Willd (Acácia-de-espigas) e a Acacia dealbata Link (Acácia-mimosa; Mimosa) têm tomado "conta" de grande parte de zonas litorais e também de zonas de montanha, onde nestas últimas as mimosas são consideradas uma boa fonte de madeira.

A Hakea sericea (Espinheiro-bravo; Háquea-picante; Salina) com espinhos demasiado rígidos e pontiagudos (nem os garranos pegam) e, após os incendios, brotar da terra com um vigor imenso onde as suas raízes imperam em solos pobres de azoto e fósforo é uma espécie a tomar em consideração. Em algumas zonas do Minho esta espécie está a tomar conta de solos onde antes existiam vastas manchas de urze.

Em principio, todas estas "invasões" podem nos entristecer e criar um sentimento de revolta...quem não se lembra no inicio dos povoamentos de extensos eucaliptais o constante chamar de atenção dos ecologistas na degradação dos solos (e com razão). Mas algumas sementes destas espécies (e de muitas outras) foram trazidas em bolsos de calças e até em vasos (quando se podia trazer tudo e mais alguma coisa nos aviões). Por exemplo, a Hakea é uma excelente espécie para a construção de sebes (espinhosa e pode atingir os 3 metros).

Porém, a nível apícola, a maneira de ver esta invasão pode ser vista de um outro ângulo. Actualmente, o eucalipto é das espécies que produz mais mel por colmeia em comparação com a urze, o rosmaninho, a soagem, o castanheiro, entre outras espécies. As acácias podem fornecer pólen, fonte proteíca que é essencial para a crição da colónia, no ínício da Pimavera e também alguns sucos açucarados que atraem as abelhas. Por fim, a Hakea que atrai significativamente as abelhas pelo seu néctar em pleno Inverno, promovendo a estabilização das reservas nesta estação do ano e, quem sabe, a promoção da produção de um tipo de mel monofloral que poderá ser explorado pelo apicultor.

Assim, a pergunta que poderá ficar no ar: estas espécies serão bem ou mal vindas para o nosso ambiente / agricultura?

publicado por apismaia às 12:18
19
Jan
12

PROGRAMA (http://jornadasdeapicultura.blogspot.com/p/programa.html)

PROGRAMA PROVISÓRIO


10 de FEVEREIRO

WORKSHOPS
10.00-11.30h - I - CONSERVAÇÃO DE MELÁRIOS
Joaquim Pifano - ADERAVIS
11.30-13.00h - II -  PREPARAÇÃO das colónias para passar o inverno
Aroni Sattler - Fac. de Agronomia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Brasil
14.00-18.00h - III - ANÁLISES MELISSOPALINOLÓGICAS
Paulo Russo Almeida – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)
18.30-20.00h - REUNIÃO TÉCNICA DA FILEIRA APÍCOLA
APICULTURA NACIONAL… QUE PRESENTE… QUE FUTURO…
Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP)
Direcção Geral de Veterinária (DGV)
Técnicos apícolas de todas as associações
         Representantes da comercialização
Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica (APEZ) – Tiago Moreira
11 de FEVEREIRO
9:00 h – Sessão de Abertura
Representante do Governo
Reitor da UTAD
Presidente da FNAP
Presidente da APEZ
9:30 h – Sessão 1 – ENQUADRAMENTO SÓCIO-ECONÓMICO DA ACTIVIDADE APÍCOLA
Caracterização macroeconómica do sector apícola
  A definir
Investimento na apicultura nacional e seu impacto (PAN/PRODER)
  DRAPN – a definir
Investimentos na apicultura em Espanha e seu impacto: PAN/outras medidas de incentivo
  A definir
11:00 h – Sessão 2 – NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL
Nutrição e alimentação de abelhas – princípios fisiológicos e nutricionais
  A definir
Alimentação artificial de colónias
  Miguel Maia - Apismaia
14:00 h – Sessão 3 – ANÁLISE E CONTROLO DE PRODUTOS  APÍCOLAS
Resíduos nas ceras
  Fernando Nunes – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Resíduos no pólen
  Mª Graça Campos – Universidade de Coimbra
Parâmetros de valorização da qualidade do mel
  José Orantes Bermejo - Apinevada - Espanha
16:15 h – Sessão 4 – SANIDADE APÍCOLA
A síndrome do colapso das colónias
  António Murilhas – Universidade de Évora
Profilaxia apícola e detecção e tratamento de colónias enfermas
  Ester Ordoñez – Agrupación Apícola de Galicia - Espanha
Análises anatomo-patológicas – Importância e sua interpretação
  Sância Pires Instituto Politécnico de Bragança
17:45 h – Sessão 5 – CONVIVER COM A VARROA DE FORMA SUSTENTÁVEL!
Moderador: António Murilhas
Requisitos legais para homologação de Produtos de Uso Veterinário
  DGV
Produtos homologadoS - resultados de campo
  Hifarmax (Apistan Thymovar)
  Ceva (Bayvarol)
  Qalian (Apivar)
MESA REDONDA
Representante da FNAP
Apicultor profissional – Francisco Brochado
Técnico apícola
Representante de instituição de investigação Nacional – Paulo Russo - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Representante de instituição de investigação Internacional - Aroni  Sattler - Fac. de Agronomia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil
12 de FEVEREIRO
9:30 h – Sessão 6 – NOVAS TECNOLOGIAS AO SERVIÇO DA APICULTURA / FÓRUNS APÍCOLAS
Sistemas de informação geográfica (SIG) na gestão de efectivos e de recursos da flora apícola
  José Tadeu Aranha – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Espaço fóruns apícolas
      Tema “Forumeiros” - http://apicultura.forumeiros.com/
      Tema “As Abelhas” - http://www.forum.as-abelhas.com/
11:15 h – Sessão 7 – EMPREENDEDORISMO NO SECTOR APÍCOLA
Sector produtivo – David Corral – Mieles Anta - Espanha
Sector associativo – Alberto Dias - Apimil
Sector empresarial – Francisco Rogão - Macmel
12:30 h – Sessão 8 – POSTERS
14:30 h – Sessão 9 – MELHORAMENTO APÍCOLA – QUE ESTRATÉGIA?
Melhoramento apícola - conceitos gerais
  Paulo Russo Almeida – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Aplicação do modelo BLUP à apicultura
  Ângela Martins – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Linhas genéticas de abelhas com maior resistência a doenças 
  A definir 
Raças autóctones vs “estrangeiras”: vantagens & desvantagens 
  Aroni Sattler - Fac. de Agronomia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Brasil
MESA REDONDA
Representante da DGV
Representante da FNAP
Apicultor profissional
Técnico apícola - Dulce Alves - Apilegre
Representante de instituição de investigação Nacional – António Murilhas
Representante de instituição de investigação Internacional
17:30 h – Sessão de Encerramento
Representante da FNAP
Representante da APEZ
Representante da Comissão Organizadora
publicado por apismaia às 20:43
09
Out
11

É sabido que a vespa velutina, vulgarmente designada por vespa asiática, entrou na Europa pelo sul de França desde 2004. A partir desse ano, a sua implementação no território e a sua expansão foi rápida, sendo calculado que em 2009 já abrangia uma área de 190.000 km2. Em 2009-2010 a sua identificação foi confirmada no País Basco (Espanha) e, provavelmente, já se encontra em terras de Navarra e norte de Catalunha. Na Galiza e Portugal (norte) já se encontra algumas suspeitas fortes da sua presença.

Lembro-me que em 2009, no fórum Nacional de Apicultura, em Ourém, alguns apicultores algarvios apresentaram-me uma vespas que, segundo eles, eram bastante diferentes da vespa comum (Vespa cabro). Infelizmente, as vespas não estavam em óptimas condições e o meu conhecimento de identificação de vespas era praticamente nulo.

A vespa velutina é facilmente diferenciavel da vespa cabro. Para os mais interessados recomendo uma vista de olhos ao google e colocarem esta palavras chave: vespa cabro e vespa velutina. Assim, facilmente aprendem a diferença morfologica entre estas espécies. Em principio, para apicultores mais assiduos nos seus apiários a sua diferenciação também pode ser fácil: até agora, é a vespa cabro e a vespa velutina que atacam as abelhas na Europa.

Seria de todo interessante a vossa colaboração no aspecto de informarem onde são encontradas esta vespa velutina (asiática). Para os mais interessados e com "pachorra" nestas coisas podem perguntar a casas de desinfestação se são chamados para destruição de ninhos de vespas "esquisitas" ou fora de comum. Pode parecer anedota, mas estas casas comerciais, que estão sensibilizadas para este assunto são uma fonte útil de informação sobre a expansão desta vespa no país Basco.

Nesta época do ano, poderá ser a altura em que se podem começar a visualizar os ninhos (podem atingir 1 metro de altura por 80 cm). A razão é que os ninhos são construídos no alto das árvores e, no Outono, as folhas caem permitindo a sua visualização. A colocação de armadilhas também é útil para a diminuição da pressão sobre as abelhas como também para a correcta identificação das vespas.

publicado por apismaia às 23:37
30
Ago
11

 

 

Para obtermos uma cera de qualidade é necessário focar vários aspectos desde o maneio no apiário, a obtenção de “broas” ou “queijos”, a moldagem das ceras, a conservação de ceras e a comercialização de ceras.

Maneio. O apiário é o primeiro local para a selecção de ceras. As ceras podem ser um vector e um depósito de doenças como é o caso da Loque americana, Ascosferiose e Nosema. Para evitar o desenvolvimento de doenças é necessária a sua regular substituição como também a sua destruição. Os favos com fortes suspeitas de loque americana não são aconselhados a serem usados para reciclagem. As ceras com suspeitas de adulteração (principalmente parafina) deverão ser substituídas, pois estas poderão promover a enxameação e o atraso do desenvolvimento da colónia.

Obtenção de “queijos”. Após a obtenção das ceras provenientes dos apiários e da extracção de mel a sua fusão deve ser a uma temperatura de 90 ºC (máximo) para evitar a perda da concentração de alguns ésteres da cera. Posteriormente, a sua decantação deve ser a uma temperatura de ± 75 ºC durante 48 horas de maneira a extrair o máximo de impurezas. Na decantação da cera poderemos utilizar tanques em inox sendo a temperatura regulada por termóstato. A utilização de filtros em inox ou até mesmo panos tipo de “linho” são aconselhados. Os opérculos de cera poderão ser fusionados e decantados à parte, pois estes poderão ter um valor acrescentado pelo facto de possuírem uma menor concentração de acaricidas...infelizmente ainda não começamos a pensar na valorização de vários tipos de cera.

Moldagem de ceras. A moldagem de ceras pode ser efectuada de duas maneiras diferentes: indirecta ou directa. Na forma indirecta, as ceras são obtidas por temperaturas descendentes sendo obtidas ceras maleáveis. Na forma directa, a cera obtida é rígida devido a ser obtida através de temperaturas bruscas, pois a cera é imediatamente moldada quando sai da caldeira. Por vezes poderemos pensar que a maleabilidade da cera pode estar relacionada com adulterações, mas, na maior parte das vezes, está relacionada com a maneira de a "fazer". A própria moldagem da cera promove a diminuição de esporos da loque.

Conservação das ceras. Após a obtenção de “queijos”, na sua conservação deveremos retirar a humidade envolvente através da colocação de panos entre os queijos. Estes também devem ser armazenados em locais secos e luminosos (evitar possíveis ataques de traça e deposição de ovos). As ceras laminadas devem ser armazenadas em locais com temperatura amena para evitar a rigidez. Caso isso aconteça, as ceras deverão ser colocadas em água morna (30 s) antes de serem colocadas nas colmeias. A conservação de quadros puxados deve ser em locais frescos e luminosos para evitar o desenvolvimento da traça.

Comercialização das ceras. As ceras comercializadas deverão ser isentas de adulterações. No entanto, esta possibilidade poderá ser difícil, pois a algumas broas que entram no circuito comercial já contêm parafinas em baixas percentagens. Estas baixas percentagens (« 5%) poderão não afectar o desenvolvimento das colónias. Actualmente, a qualidade das ceras laminadas poderá ser obtida por metodologias GC-MS e FTIR. Outras técnicas qualitativas também poderão ser bastante práticas para a confirmação de ceras de qualidade (não adulteradas). 

 

publicado por apismaia às 21:58
28
Fev
11

Quem quiser conhecer esta investigação sobre os muros apiários do alvão é descobrir neste ficheiro em pdf

 

http://www.altotejo.org/acafa/docsn3/Muros_Apiarios_das_Serras_de_Alvao_e_Marao.pdf

publicado por apismaia às 17:43

Contribuição para a caracterização do mel da região do Alvão-Marão (Trás-os-Montes, Portugal)

 

M. MAIA (1), P.A. RUSSO-ALMEIDA (2); J.O.B. PEREIRA (2)

(1)APISMAIA- Produtos e Serviços em Apicultura- VILA REAL

(2)Dept. de Zootecnia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Apartado 202, 5000 VILA REAL

 

 

Introdução

 

As análises físico-químicas e polínicas do mel têm como objectivo a determinação da origem geográfica e botânica do mel. Estas informações são úteis para o apicultor como para o consumidor, de modo a ser realizada uma correcta rotulagem acerca da origem do mel.

As análises físico-químicas ao mel, tais como a conductividade eléctrica, o teor da percentagem de cinzas, o pH, o índice diastásico, a cor, a viscosidade, a percentagem de açucares redutores e a sacarose aparente são essenciais para a determinação da origem botânica. De uma maneira geral, valores elevados de conductividade eléctrica, teor da percentagem de cinzas, pH e índice diastásico estão associados ao mel de castanheiro, enquanto valores baixos destes parâmetros estão associados ao mel de rosmaninho (PERSANO ODDO et al., 1995).

As análises polínicas indicam o espectro polínico do mel, ou seja, fornecem informação acerca de um determinado conjunto de espécies botânicas que a abelha visitou para a produção de mel. De uma maneira geral, quando uma amostra de mel apresenta pelo menos 45% de grãos de pólen de uma determinada espécie botânica no seu espectro polínico, é considerado mel monofloral dessa mesma espécie, como é o caso do mel de urzes (Erica spp.) e de silvas (Rubus spp.). No entanto, outras espécies são consideradas subrepresentados, como é o caso do rosmaninho (Lavandula pedunculata), em que para ser considerado um mel monofloral desta espécie basta 15% desta mesma espécie (RUSSO-ALMEIDA e PAIVA, 1996; MAIA, 1999). Por outro lado, existem espécies sobrerepresentadas, em que para ser considerado um mel monofloral de uma determinada espécie é necessário valores superiores a 70% (eucalipto; Eucalyptus spp.) ou de 90% (castanheiro; Castanea sativa). Para uma melhor compreensão das razões de umas espécies serem subrepresentados e outras sobrerepresentadas aconselhamos a leitura de RUSSO-ALMEIDA e PAIVA (1996).

Em grande parte, os grãos de pólen identificados no espectro polínico são oriundos das espécies botânicas que estão nos limítrofes próximos aos respectivos apiários. Consequentemente, as análises polínicas ao mel também têm interesse na determinação da origem geográfica do mel, pois, permitem, neste caso, inferir se um mel é produzido em região de montanha ou de vale.

 

 

Material e Métodos

 

Caracterização da região do estudo

A cadeia montanhosa do Alvão-Marão fica situada na fronteira entre a região do Douro Litoral e de Trás-os-Montes. Esta região apresenta valores médios de temperatura de 10,5 ºC e precipitações médias anuais de 1200 mm, com uma altitude média de 600-900 metros (AGROCONSULTORES & COBA, 1988). Ao nível arbóreo é caracterizada por carvalhos (Quercus spp.), pinheiros (Pinus spp.) e castanheiros (Castanea sativa), em que este é um excelente fornecedor de pólen e néctar. As principais espécies arbustivas fornecedoras de néctar são as urzes (Erica australis e E. tetralix), queiroga (Erica umbellata), torga (Calluna vulgaris) e o rosmaninho (Lavanduula pedunculata), embora esta última espécie seja pouco representativa na região. As principais espécies fornecedoras de pólen são as giestas (Cytisus spp. e Genista spp.), o tojo (Ulex minor), a carqueja (Chamaespartium tridentatum) e o sargaço (Halimium allyssoides).

 

Origem das amostras

Neste estudo foram analisadas 28 amostras de mel das crestas de 1999 e 2000, cuja origem das amostras estão indicada na tabela 1.

 

Tabela 1. Indicação do ano de cresta e origem das 28 amostras de mel.

 

Amostra

Ano

Origem

Amostra

Ano

Origem

1

1999

Escondidinho

15

1999

Quintã

2

1999

Borbela

16

1999

Vila Cova

3

1999

Campea

17

1999

Gontães

4

1999

Fornelos

18

1999

Torgueda

5

1999

Louredo

19

1999

Pena

6

1999

Fornelo

20

2000

Campea

7

1999

Louredo

21

2000

Fornelos

8

1999

Barreiro

22

2000

Gontães

9

1999

Fiolhais

23

2000

Fornelos

10

1999

S.M.Lobrigos

24

2000

Pena

11

1999

Sedielos

25

2000

Vila Cova

12

1999

Gontães

26

2000

Vila Real

13

1999

Vila Real

27

2000

Loureiro

14

1999

Aveção do Meio

28

2000

Aveção do Meio

 

 

Metodologias

Na determinação dos parâmetros físico-químicos das amostras de mel (Humidade, pH, Acidez livre, Cinzas, Condutividade, Índice diastásico, Açucares redutores, Sacarose aparente e HMF) as metodologias utilizadas foram segundo a European Comission of Honey (BOGADANOV et al., 1997). Para a determinação do comprimento de onda dominante e luminosidade utilizamos a metodologia de HUIDOBRO e SALAS, (1984). Todas as amostras deste estudo têm um teor em hidroximetilfurfural (HMF) inferior a 10 mg/Kg de mel.

As análises polínicas foram realizadas segundo a metodologia de LOUVEAUX et al. (1987). Foram contados pelo menos 400 grãos de pólen e obtida a frequência relativa de cada tipo polínico para cada amostra. Os grãos de pólen foram identificados em microscópio óptico e com lente de imersão. Para a identificação dos grãos de pólen recorremos à palinoteca do departamento de Apicultura da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), como também a bibliografia especializada (VÀLDES et al. 1987, MOORE et. al.,1996).

 

Resultados e discussão

 

Os resultados dos parâmetros físico-químicos estão indicados na Tabela 2 e resultados das análises polínicas na Tabela 3.

Através da análise polínica foram identificados 31 tipos polínicos, com uma média de 9±4 (DP) por amostra, com um máximo de 22 e um mínimo de 5 tipos polínicos. As urzes (Erica ssp.) e o castanheiro (Castanea sativa) são as principais espécies nectaríferas do espectro polínico das amostras estudadas. As silvas (Rubus spp.) também demonstraram o seu interesse nectarífero na região e é uma importante fonte

de alimento para as abelhas (Apis mellifera) no ínicio de Verão, em que outras espécies vegetais são escassas no mesmo período de tempo. A identificação do rosmaninho (Lavandula pedunculata) somente em 4 amostras e com baixas percentagens, não é de estranhar visto que estas amostras foram obtidas em regiãos de montanha.

 

Tabela 2. Resultado dos parâmetros físico-químicos de 28 amostras complexo montanhoso Alvão-Marão. Hum- Humidade (%); pH- AcL- Acidez livre (meq/Kg); Cnz- Cinzas (%); Cd- Conductividade eléctrica (mS/cm); ID- Índice diastásico (Gothe); Are- Açucares redutores (%); Asc- Sacarose aparente (%); COD- Comprimento de onda dominante (nm); Y- Luminosidade (%)

 

Amostra

Hum

pH

AcL

Cnz

Cd

ID

Are

Asc

COD

Y

1

18,9

3,83

23,8

0,33

0,61

15,9

68,3

1,2

578,3

42,5

2

18,2

3,90

30,3

0,46

0,76

7,8

70,7

2,1

595,4

5,4

3

18,2

4,04

25,1

0,50

0,78

18,0

69,8

3,1

595,4

6,1

4

17,8

4,96

14,7

0,87

1,10

32,4

66,8

1,2

584,1

18,3

5

17,5

4,51

21,4

0,47

0,85

37,6

70,9

1,4

586,2

13,7

6

18,4

5,04

15,7

0,70

1,11

33,2

68,7

2,5

584,1

18,1

7

18,3

5,17

15,2

0,81

1,12

35,1

69,5

2,5

584,8

17,0

8

20,2

4,91

17,6

0,71

1,14

45,7

68,8

0,5

584,8

14,2

9

17,8

5,11

15,1

0,58

1,10

42,4

68,9

3,0

584,1

20,9

10

16,8

4,34

29,1

0,49

0,80

38,7

71,1

1,4

580,5

27,4

11

19,2

4,05

21,0

0,31

0,59

33,0

69,9

1,5

577,1

43,6

12

17,6

4,45

32,4

0,53

0,84

63,3

70,3

2,8

588,2

10,9

13

19,9

4,40

23,0

0,30

0,67

60,0

70,1

1,2

580,5

29,0

14

21,2

4,46

22,2

0,37

0,74

45,4

70,8

0,8

579,8

29,2

15

19,0

4,26

26,5

0,38

0,64

44,6

69,7

1,6

579,4

32,6

16

19,6

4,31

25,3

0,36

0,67

44,5

72,9

0,4

577,1

38,9

17

14,8

4,28

20,0

0,34

0,76

38,1

73,3

0,5

579,8

31,0

18

21,5

4,88

19,0

0,65

1,11

44,7

65,4

0,4

582,3

21,2

19

19,0

4,27

22,2

0,26

0,72

38,1

69,2

2,1

579,4

30,3

20

19,0

4,10

29,0

0,41

0,63

19,0

69,9

1,7

595,8

4,3

21

18,2

4,60

21,8

0,41

0,73

19,3

72,0

0,8

586,8

15,0

22

17,4

4,30

30,4

0,36

0,66

20,3

69,6

0,9

594,0

6,1

23

18,7

4,70

19,6

0,43

0,77

12,8

72,3

1,4

589,2

9,8

24

18,2

4,40

29,0

0,39

0,76

25,3

71,5

1,3

584,1

18,3

25

21,2

4,20

28,0

0,50

0,65

9,7

76,3

1,4

589,0

9,6

26

20,4

3,90

21,3

0,19

0,37

23,4

69,2

2,0

577,1

39,3

27

16,9

3,90

32,0

0,48

0,52

15,2

70,9

1,1

577,1

38,7

28

16,0

4,10

32,0

0,68

0,82

12,3

71,2

1,2

595,0

4,7

Média

18,6

4,4

23,7

0,47

0,79

31,3

70,3

1,5

584,6

21,3

DP

1,5

0,4

5,5

0,17

0,20

14,9

2,1

0,8

6,1

12,5

Max

21,5

5,2

32,4

0,87

1,14

63,3

76,3

3,1

595,8

43,6

Min

14,8

3,8

14,7

0,19

0,37

7,8

65,4

0,4

577,1

4,3

 

 

 

publicado por apismaia às 17:21
18
Nov
10

OS ANTIBIÓTICOS NO MEL

  • Existem vários resíduos no mel, tais como os acaricidas e o antibióticos.
  • Os antibióticos são vulgarmente identificados e quantificados no mel
  • Os antibióticos são utilizados na luta contra as Loques
  • O uso de antibióticos é ilegal na apicultura
  • Alguns Estados-Membros estabelecerem limites de maneira a clarificarem a situação para os produtores, comerciantes e inspectores;
  • Por exemplo, para as tetraciclinas, é de 10 ppb anunciado pelo laboratório de referência da UE;
  • Porém, na maior parte dos casos, os lotes são rejeitados ou são desvalorizados
  • Os antibióticos mais utilizados na apicultura são:
    • Sulfonamidas ***
    • Tetraciclinas ***
    • Tilosina
    • Estreptomicina
    • Outros (Cloranfenicol, Nitrofuranos)

FACTORES A TER EM CONTA NO COMPORTAMENTO DOS ANTIBIÓTICOS:

  • Depende da época do ano (Primavera, alças)
  • Número e período de tempo dos tratamentos com antibióticos
  • Quantidade do principio activo (meia-vida)
  • Forma de aplicação (pulverização, xaropes)
  • Outros factores de contaminação do mel (Colmeia reversível, deriva, pilhagens)
  • Trofalaxia da abelha
  • Dinâmica da colónia de abelhas (Fortes/Fracas)
  • A abelha
  • A extracção e armazenamento do mel (Temperatura, Pasteurização)
  • As propriedades do mel (pH, glucose)
  • A comercialização do mel (mistura lotes)

AS TETRACICLINAS

  • A família das tetraciclinas é bastante utilizada na pecuária como também na apicultura
  • As tetraciclinas podem ser detectadas após longos períodos de tempo
  • As tetraciclinas são armazenadas nas reservas do ninho e, posteriormente, transportadas para as alças
  • O TETRASENSOR é uma técnica que obedece às exigências de metodologias da UE
  • O TETRASENSOR é uma técnica qualitativa
  • O limite de detecção é de 10 ppb para as tetraciclinas
  • Os resultados são obtidos num curto espaço de tempo
  • As vantagens do TETRASENSOR:
  • Os resultados são obtidos num curto espaço de tempo
  • São úteis para o apoio a Unidades de Produção Primária (UPP’s) e estabelecimentos (HACCP) pelo Decreto Lei nº 1 / 2007
  • São um apoio à comercialização do mel por grosso e retalhista
  • Aumento de confiança do consumidor

PARA REALIZAÇÃO DE ANÁLISES  CONTACTE APISMAIA Análise TETRASENSOR

     

    publicado por apismaia às 00:18
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